segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Alan Kardec pode ter sido morto na prisão por encomenda- Blog Silvio de Oliveira


A princípio, vê-se o caso como mais um crime ocorrido dentro de uma das unidades do Complexo Penitenciário do Estado, mas há indícios de que se trata de mais um crime feito por encomenda, por um assassino frio e calculista.
O fato está a exigir das autoridades policiais uma investigação mais apurada para comprovar ou não a veracidade desta denúncia. Por esta, o detento Alan Kardec Dias Mota, de 31 anos, foi morto por encomenda de um chefe do narcotráco conhecido como Tobias, que se encontra preso e que teria pago R$ 2 mil ao assassino. 
A denúncia foi feita na Quinta Delegacia Distrital (Anjo da Guarda) ao delegado Walter Wanderley, por familiar do detento morto. Este caso, no entanto, deverá ser investigado pela 12ª Delegacia (Rio Grande/Maracanã).
Naquela unidade da Polícia Judiciária do Maranhão, tem andamento inquérito para apurar o assassinato de Alan Kardec, ocorrido no domingo, dia 7 do mês em curso, durante o banho de sol na quadra da Unidade Prisional de Ressocialização de São Luís – 4 (UPSL 4), quando teria se envolvido em uma briga com o paraense Johnathan de Sousa Silva, conhecido por ser o assassino confesso do jornalista Décio Sá.
Na ocasião, Johnathan se desentendeu com Alan Kardec Dias Mota e o feriu no peito com um pedaço de ferro. A vítima chegou a ser socorrida e levada para o Hospital Doutor Clementino Moura (Socorrão II), mas morreu no m da tarde. Um inquérito tem andamento no 12º DP. Ali, ao ser interrogado pelo delegado Luigi, Johnathan admitiu ter matado Alan Kardec, porque vinha sendo ameaçado de morte por este, que seria um dos fundadores da facção criminosa Bonde dos 40.

Um “rosário” de crimes

Alan Kardec Dias Mota era natural de São Luís, nascido a 22 de dezembro de 1986. Sua vida foi marcada pela prática de vários crimes, sendo acusado de ser um dos chefes do narcotráco no eixo Itaqui-Bacanga e autor de vários homicídios naquela região e em outros pontos da cidade. O delegado Walter Wanderley, titular da 5ª Delegacia Distrital (Anjo da Guarda), disse que assumiu o comando daquela unidade da Polícia Civil, no dia 13 de maio de 2013, e logo chegou ali a informação de que Alan Kardec havia acabado de matar um homem identificado como Oziel Cutrim, conhecido como “Xibiu”.
O assassino teria atraído a vítima através de telefonema em que disse-lhe que tinha uma droga para entregar-lhe. Xibiu foi para a Praça da Ressureição, local indicado por Alan Kardec, e ali o cou esperando. Alan chegou com uma sacola aparentando ser a droga. Quando se aproximou, desferiu mais de vinte tiros em Xibiu, que morreu ali mesmo, e fugiu deixando a sacola. Conta o delegado Walter que, ao vericar a sacola, havia apenas duas bandas de tijolo.
 Três dias depois, Alan Kardec voltou a matar. Desta feita, a vítima foi o mototaxista Marcos Adriano Melônio Fróes. Alan teria mandado telefonar para o mototaxista, solicitando uma corrida da Praça da Vila Bacanga.
Quando Marcos Adriano chegou para pegar o suposto passageiro, foi morto por Alan Kardec, que o estava esperando. No dia 5 de julho do mesmo ano, Alan Kardec voltou a delinquir matando o traficante Sérgio Henrique Pereira, no Bar da Torcida, na Praça da Vila Bacanga. Este crime teria sido motivado pelo fato da vítima ter com ele um débito referente à compra de drogas, que relacionamento amoroso com sua mulher, fato que revoltou Tobias. Alan usou uma mulher muito bonita para atrair Marcelo Cangaço para a Praça da Vila Bacanga. 
Quando este ali chegou, foi atacado por Alan Kardec e correu pedindo abrigo em uma galeteria. O comerciante, conhecido como “Seu Rico”, dono do estabelecimento, tentou evitar o crime, caindo na frente da vítima, e também foi baleado. Alan Kardec fugiu, e as duas vítimas foram socorridas e hospitalizadas, escapando da morte.
 O delegado Walter Wanderley disse que apurou todos os crimes praticados por Alan Kardec na sua área de circunscrição, inclusive por crime de organização criminosa em parceria com outros bandidos identificados como Pisirico, Thullama, Paiakan, Patrick, Pirata e Romário, que também foram indiciados, e representou ao Judiciário, solicitando sua prisão preventiva, no que foi prontamente atendido. 
O delegado, então, passou a procurar aquele criminoso que, vendo-se encurralado, fugiu do Maranhão, sendo presa em Santa Isabel, cidade do estado do Pará, e recolhido ao presídio de Pedrinhas, passando a responder aos processos em que foi indiciado. Arma ainda o delegado Walter que Alan Kardec matou outras pessoas nos bairros João Paulo, Vila Embratel, Cidade Operária, Maiobão e Cidade Olímpica.

Assassino de Jornalista

O detento Johnathan de Sousa Silva, de 24 anos, foi condenado pelo assassinato do jornalista Décio Sá, ocorrido em abril de 2012. Ele confessou ter assassinado o jornalista Décio Sá, com cinco tiros, em um bar da Avenida Litorânea, orla de São Luís. O pistoleiro confessou à polícia que matou o jornalista a mando de um consórcio de agiotagem, formado por seis pessoas, presas no dia 13 de junho.

O empresário Gláucio Alencar Pontes Carvalho (34), seu pai, José de Alencar Miranda Carvalho (72), José Raimundo Sales Charles Jr. (38), Fábio Aurélio do Lago e Silva (32) e Airton Martins Monroe (24) foram apontados por Johnathan como envolvidos na morte do jornalista Décio Sá. Um policial da Polícia Militar também foi apontado, mas depois inocentado na Justiça. Johnathan relatou, inclusive, que teriam encomendado o crime por R$ 100 mil, mas o valor não foi pago integralmente, o que motivou seu retorno para São Luís, no intuito de cobrar a divida.

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