Estudantes de Enfermagem da Estácio e profissionais da
Central de Transplantes realizam mais uma ação em conjunto
A doação de órgãos é um ato de amor e humanidade, porém,
muitos ainda são os desafios para se conseguir sensibilizar famílias sobre a
importância dessa atitude tão nobre. Questões como crenças religiosas e apego à
memória física de um parente que morreu dificultam, muitas vezes, o trabalho de
convencimento das equipes que atuam nos hospitais a fim de receber órgãos que
ainda sirvam para salvar outras vidas.
“O mais difícil para as famílias é a aceitação da morte, por
isso, a abordagem é sempre muito delicada e requer preparação das equipes. A
maior parte dos órgãos só pode ser doada em condições de morte encefálica, que
é quando cérebro para de funcionar, mas ainda há fluxo sanguíneo nos órgãos, e
aí as famílias tendem a nutrir esperanças por uma sobrevida”, lembra a
psicóloga Joelina Abreu, do Hapvida Saúde. Por isso, destaca a especialista, é
necessário que os profissionais envolvidos tenham muita sensibilidade e tato
para não afetar ainda mais o psicológico dos parentes.
Pensando em quebrar essa barreira e incentivar a população a
refletir sobre a doação de órgãos, a Central de Transplantes do Maranhão se
uniu a estudantes do curso de Enfermagem da Faculdade Estácio São Luís para
promover uma ação em prol da conscientização por essa causa. “A Central de
Transplantes sempre realiza ações com esse intuito. Pra gente, é muito positivo
quando estudantes, ou seja, os futuros profissionais se envolvem nas campanhas,
pois quando se formarem já serão enfermeiros diferenciados, mais atentos a essa
problemática”, afirmou a coordenadora da Central, Maria Inês Oliveira.
Coordenadora da Central de Transplantes do Maranhão, Maria
Inês Oliveira, ao lado da enfermeira e professora de Enfermagem Janaína
Câmara
Na ação do domingo (23), as equipes de estudantes e
enfermeiros da Central de Transplantes foram ao Espigão Costeiro da Ponta
d’Areia, onde entregaram panfletos, material educativo e conversaram com os
frequentadores, maranhenses e turistas sobre a importância da doação de órgãos.
“Os estudantes que estão aqui compõem a Liga Acadêmica da Doação de Órgãos e
Tecidos, que é única no Maranhão e surgiu há 3 meses, quando nós percebemos a
importância de tratar desse tema de forma frequente e contínua, e não somente
durante um mês de campanha, como é o Setembro Verde”, enfatizou a enfermeira da
Central de Transplantes, Janaína Câmara, que também coordena a Liga Acadêmica
na Estácio São Luís.
Doação
A doação de órgãos só pode ser feita, no geral, quando o
doador tem morte encefálica, ou seja, quando o cérebro para de funcionar. Nesse
momento, a família recebe a declaração de óbito. “Em morte encefálica, os
órgãos permanecem com fluxo sanguíneo e, por isso, é possível utilizá-los em
outros pacientes que esperam, muitas vezes, por um milagre”, esclarece Janaína
Câmara.
No Maranhão, é possível fazer doações de rins, coração,
pulmão, fígado, parte do intestino e válvulas cardíacas, em quadros de morte
cerebral. Já quando uma pessoa vem a óbito e o organismo deixa de ter
bombeamento sanguíneo, podem ser feitas as doações de tecidos, pele, ossos e
córnea, cuja fila de espera no Maranhão tem 416 pacientes, segundo a Central de
Transplantes.
Quem deseja seja um doador só precisa fazer algo bem
simples: comunicar a família, pois somente os parentes, em comum acordo, podem
autorizar a retirada dos órgãos. “Em todos os hospitais de São Luís, tem
equipes compostas por profissionais como assistentes sociais e psicólogos, que
têm toda uma preparação para abordar os parentes e consultá-los sobre a
possibilidade de salvar outras vidas a partir de simples doações”, esclareceu a
enfermeira Janaína.
Dia Nacional
O Dia Nacional do Doador de Órgãos é celebrado todos os anos
no dia 27 de setembro, considerado o “Setembro Verde”, por causa da campanha.
Na Estácio São Luís, o curso de Enfermagem fará, ao longo de todo esse dia,
várias ações, como show de talentos temáticos, apresentação de peças teatrais,
musicais, exibições de documentário, entre outras atividades. Na ocasião,
estarão presentes a coordenadora da Central de Transplantes do Maranhão, Dra.
Maria Inês, além de representantes de hospitais como Djalma Marques, o Socorrão
1; Carlos Macieira e outras instituições.
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