Resultados preliminares do Ministério de Saúde divulgados na
última semana apontam que São Luís é a quinta capital do Brasil com maior
número de pessoas infectadas pelo vírus HPV. A prevalência, de 59,1% (acima da
média nacional, de 54,5%), deixa a cidade atrás apenas de Salvador (71,9%),
Palmas (61,8%), Cuiabá (61,5%), e Macapá (61,3%). Os dados fazem parte do
POP-Brasil-Estudo Epidemiológico sobre a Prevalência Nacional de Infecção pelo
HPV, e devem ser apresentados na íntegra em abril de 2018.
A pesquisa foi realizada em 119 Unidades Básicas de Saúde e
um Centro de Testagem e Aconselhamento nas 26 capitais brasileiras e Distrito
Federal. O Estudo identifica, ainda, fatores demográficos, socioeconômicos,
comportamentais e regionais associados à ocorrência do HPV em mulheres e homens
entre 16 e 25 anos de idade, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo,
foram realizadas 7.596 entrevistas.
O HPV
Coceira, verrugas ou lesões na pele, manchas brancas na
região genital: são estes os sintomas que indicam que algo não vai bem no seu
corpo. O problema, no entanto, começa bem antes, durante as relações sexuais
sem preservativo – prática que pode parecer irrelevante no momento. Existem
mais de 200 tipos de vírus de HPV, o Papiloma vírus humano. 150 deles são
identificados e sequenciados geneticamente. As verrugas e outros sintomas podem
aparecer em diferentes partes do corpo, e o descuido da relação sem proteção
pode acarretar, além do incômodo, até em câncer no colo do útero, garganta ou
ânus.
Estima-se que 80 a 90% da população já tenha entrado em
contato com o vírus alguma vez na vida, mesmo que não haja o desenvolvimento de
lesão. Por conta desta questão e da falta de procura de atendimento
especializado, os dados divulgados na pesquisa podem ser ainda maiores, explica
o ginecologista e obstetra Pedro Mário Lemos, do Serviço de Atendimento
Especial do Materno de Imperatriz. “Como é um vírus que se desenvolve em grande
parte na pele, na forma de verrugas, as pessoas inventam as mais variadas formas
de retirá-las”, revela.
Prevenção
Jovens com idade média de 20 anos, pertencentes à classe C
(55,6%), que ainda estudam (37,9%) e estão em relacionamento estável (75,1%).
Este é o perfil da maior parte dos mais de 7.5 mil entrevistados que
participaram da pesquisa do Ministério da Saúde que revelou os números
alarmantes de infecção por HPV entre brasileiros.
Para prevenir a doença, os especialistas afirmam que não
existe segredo: “A única forma de evitar o contato com o vírus é usar o
preservativo”, explica Pedro Mário Lemos. “O uso de vacinas não evita o contato
com o vírus, apenas restringe o desenvolvimento de quatro tipos de HPV”, alerta
o ginecologista e obstetra.
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